Periodo de terapia pós ciclo
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Periodo de terapia pós ciclo
O período de terapia pós-ciclo é o momento onde objectiva-se recuperar de forma mais rápido possível a supressão do eixo HPT fazendo com que dessa forma os níveis hormonais retornem rapidamente às taxas basais e as perdas sejam mínimas. Porém antes é necessário comentar algumas sugestões para serem seguidas durante o ciclo.
Entendendo o Básico
—Gonadotropinas
1)GnRH (Hormônio Liberador das Gonadotropinas): é um peptídeo de 10 aminoácidos secretado por neurônios cujos corpos celulares estão localizados nos núcelos arqueados do hipotálamo. As terminações desses neurônios encontram-se, principalmente, na eminência mediana do hipotálamo, onde liberam GnRH no sistema vascular porta hipotalâmica-hipofisário. A seguir, o GnRH é transportado até a adenohipófise e estimula a liberação das gonadotropinas LH e FSH. Sua secreção é intermitente durante alguns minutos, uma vez a cada 1 a 3 horas. A intensidade do estímulo desse hormônio é determinada de duas maneiras: 1) pela frequência desses ciclos de secreção e 2) pela quantidade de GnRH liberada a cada ciclo(.
2)LH (Hormônio Luteinizante): é uma glicoproteína formada por uma cadeia beta de 115 aminoácidos e uma cadeia alfa de 89, (extraída pela primeira vez em 1958), secretada pela adenohipófise que tem como função estimular as gônadas (assim como toda gonadotropina). Nos testes o LH se liga aos receptores das células intersticiais de Leydig e estimula a síntese e secreção de testosterona. Sua secreção é cíclica, seguindo, com bastante fidelidade, a liberação pulsátil do GnRH. Exerce seu efeito sobre o tecido alvo dos testículos, principalmente ao ativar o sistema de segundo mensageiro do monofosfato de adenosina cíclico (AMPc), que, por sua vez, ativa sistemas enzimáticos específicos nas respectivas células-alvos(.
3)FSH (Hormônio Folículo Estimulante): é uma glicoproteína formada por uma cadeia beta de 115 aminoácidos e uma alfa de 89, assim como o LH. Sua função é estimular o crescimento testicular e suportar as ações das células de Sertoli, que são necessárias para espermatogênese. Nos túbulos seminíferos estimulam a síntese de ABP (Proteína Ligadora de Andrógeno) que se liga a testosterona e faz com que a espermatogênese seja iniciada. Sua secreção aumenta, e diminui, apenas ligeiramente com cada flutuação de secreção de GnRH; na verdade, altera-se mais lentamente no decorrer de um período de muitas horas, em respostas às alterações a longo prazo do GnRH. Exerce seu efeito sobre o tecido alvo dos testículos, principalmente ao ativar o sistema de segundo mensageiro do monofosfato de adenosina cíclico (AMPc), que, por sua vez, ativa sistemas enzimáticos específicos nas respectivas células-alvos(.
Ação das gonadotropinas
—Regulação do Eixo
1)Regulação da produção de testosterona pelo LH: a quantidade de testosterona secretada aumenta aproximadamente em proporção direta à quantidade de LH disponível(.
2)Inibição da secreção de LH e de FSH pela testosterona (Feedback Negativo): a testosterona secretada pelos testículos em repsosta ao LH exerce o efeito recíproco de inibir a secreção de LH pela adenohipófise. A maior parte dessa inibição, provavelmente, resulta do efeito direto da testosterona sobre o hipotálamo, diminuindo a secreção de GnRH. Isso, por sua vez, causa diminuição correspondente da secreção de LH e FSH(.
3)Fatores psíquicos que afetam a secreção de gonadotropinas e a atividade sexual: muitos fatores psíquicos, especialmente a partir do sistema límbico do cérebro para o hipotálamo, podem afetar a secreção de GnRH pelo hipotálamo, e, portanto, a maioria dos outros aspectos das funções sexuais e reprodutoras(.
4)Inibição da secreção de LH e de FSH pelo estrógeno (Feedback Negativo): o estrógeno, proveniente da aromatização, possue dois sítios de atuação para provocar o feedback negativo, agindo no hipotálamo para diminuir a frequência dos pulsos de GnRH e na hipófise diminuindo sua resposta ao GnRH(7).
Durante o Ciclo
Nesse período existem alguns procedimentos que eu gostaria de recomendar, sendo o primeiro a utilização de um inibidor da aromatase, de preferência o exemestano. Esse composto é um análogo esteróide da androstenediona que funciona como um inibidor irreversível dessa enzima. A administração de 25mg/dia inibe a atividade da aromatase em 98% e reduz os níveis plasmáticos de estrona e estradiol em cerca de 90%(1)(2)(3)(4). Por suprimir a síntese de estrógenos de forma muito eficaz, esse composto se torna de grande valia na tentativa de evitar efeitos colaterais estrogênicos, como ginecomastia, acne e retenção hídrica. Exemestano inibe seletivamente a ação da enzima aromatase e de forma irreversível, o que lhe confere o nome de inibidor suicida(5). Um outro efeito muito benéfico do exemestano é o de que ele aumenta os níveis de IGF(6). O principal uso dele durante o ciclo (visando a TPC) é que pesquisas recentes indicam que a inibição da secreção de FSH se da exclusivamente de forma indireta pela testosterona (via aromatização), logo a supressão da aromatização fará com que os efeitos nas taxas de FSH sejam mínimos(7).
A segunda recomendação é a utilização de hCG (Gonadotrofina Coriônica Humana) que é uma glicoproteína composta por 237 aminoácidos. Age basicamente como o hormônio luteinizante (LH) no corpo. Seu uso irá servir como um sinal artificial para os testículos (como se fosse o LH) prevenindo dessa forma a atrofia. Não só ajuda a manter o tamanho e a condições dos testículos como torna mais fácil a sua recuperação. A manutenção dos níveis de testosterona inter-testicular, promovido pelo uso intermitente do hCG, torna a recuperação do eixo HPT muito melhor. Além disso eu hipotetizo que a utilização do hCG combinado com o AI diminui, em muitos valores, a chance de esterelidade e atrofia testicular. Como a taxa de FSH será pouco alterada e o hCG provocará a síntese de testosterona inter-testicular, a espermatogênese poderá ser mantida (fato teórico, não visto ainda na prática por falta de estudos e também pelo fato da testosterona ter, provavelmente, um poder inibitório direto na síntese de GnRH). Um outro benefício em tentar manter inalterada a taxa de FSH é que a estimulação da célula de Sertoli exerce um controle parácrino sobre as células de Leydig(30)
Terapia Pós-Ciclo
O citrato de clomifeno é um antiestrogênico (antagonista puro em todos os tecidos)(9). Ele se liga aos mesmos receptores que o estrogênio (RE) porém produz efeitos diferentes deste (a conformação do RE acoplado muda de acordo com o ligando). Dessa forma o clomifeno tem ação contrária ao efeito de feedback negativo dos estrogênios endógenos no sentido de aumentar a secreção de gonadotropinas e estimular a ovulação. A maioria dos estudos demonstrou que ele aumenta a amplitude dos pulsos de LDH e LH, sem alterar a frequência dos mesmos (Kettel et al. 1993). Isso sugere que o clomifeno atue principalmente no nível hipofisário, bloqueando as ação inibitórias do estrogênio na liberação das gonadotropinas pela glândula e/ou estimule, de alguma forma, o hipotálamo a liberar quantidades maiores de GnRH a cada pulso. O clomifeno também tem sido usado em homens para estimular a liberação de gonadotropinas e aumentar a espermatogênese(10). A dosagem de 150mg de clomifeno eleva os níveis de testosterona em aproximadamente 150% do nível basal(11). Entretanto, algumas pesquisas revelam que baixas doses de clomifeno (algo como 50mg) vão provocar melhoras e elevações nos níveis de testosterona(12). Em indivíduos homens normais, a administração de uma dose diária de clomifeno por sete dias provoca a duplicação do LH plasmático e um aumento de 50% no nível do FSH(13). Foi reportado um caso de hipogonadismo sintomático induzido por abuso de esteróides em um paciente homem de 30 anos. Usou-se Clomid nas dosagens usuais (100mg, dois meses). O tratamento foi um sucesso, a secreção de testosterona foi reestabelecida e o eixo HPT voltou a funcionar(14). Além disso o clomifeno tem-se mostrado eficiente em restabelecer o eixo HPT de forma efetiva e segura em adultos com hipogonadismo hipogonadotrópico induzido pelo exercício(15). O clomifeno apresenta um problema na TPC que é uma possível dessensibilização da hipófise ao GnRH.
O citrato de tamoxifeno é um droga conhecida como MSRE (modulador seletivo do receptor estrogênico) e que tem como forma de uso o bloqueio desse receptor no tecido mamário evitando dessa forma a ginecomastia(16). Tamoxifeno ainda tem outras importâncias para os usuários de esteróide. Homens inférteis e com hipogonadismo que administraram esse fármaco, apresentaram um aumento importante nos níveis séricos de LH e FSH e, o mais importante, de testosterona(17)(18). A melhor estimativa, de acordo com pesquisas, é de que 20mgs de tamoxifeno vão aumentar os níveis de testosterona em algo como 150%(19). Isso mostra que a administração de tamoxifeno depois de um ciclo, quando está tentando-se aumentar os níveis de testosterona, LH e FSH às taxas basais, torna a recuperação muito melhor. Além disso o tamoxifeno também aumenta significantemente o nível de resposta do LH ao LHRH depois de 6 semanas. Outro benefício do tamoxifeno é que ele parece aumentar a sensibilidade da hipófise ao GnRH
Os dois compostos comentados acima apresentam diferenças. A utilização de 20mg/dia de tamoxifeno por dez dias aumentou os níveis séricos de testosterona, em homens normais, em 142% valor esse aproximadamente igual ao atingido com 150mg/dia de clomifeno(20). A administração contínua de 20mg/dia de tamoxifeno por 6 semanas aumentou os níveis de LH e testosterona em 172% e 183% e aumentou a sensibilidade da hipófise ao GnRH enquanto, simples dez dias de clomifeno, causaram uma dessensibilização dessa glândula(20). Essas alterações ocorrem porque, embora a maioria das pessoas não saiba, esses compostos não são iguais (explicado acima). O tamoxifeno é um antagonista do estrogênio no hipotálamo e hipófise, enquanto o clomifeno é um potente antagonista na primeira, mas apresentas um pequeno agonismo na segunda glândula(21). Além disso o clomifeno parece aumentar os níveis de SHBG diminuindo, dessa forma, a quantidade de testosterona livre(22).
Levando em conta isso o uso combinado desses dois compostos parece ter uma grande utilidade. Usa-se o clomifeno por períodos menores de tempo, pois ele age de forma mais rápida e além disso evita-se efeitos colaterais relacionados a ele. Ja o tamoxifeno usa-se de forma mais prolongada aumentando a resposta da hipófise ao GnRH.
A vitamina E (tocoferol) é um potente antioxidante e exerce um papel importante na regulação do eixo hormonal masculino, aumentando consideravalmente a produção de FSH, LH e da testosterona(23)(24)(25)(26)(27). Além disso, por ser um antioxidante, apresenta uma função importante no período pós-ciclo e também na prevenção dos colaterais visuais causados pelo clomifeno.
O uso de exemestano poderia ser benéfico na TPC pois ele comprovadamente aumenta as taxas de FSH e LH, porém não recomendo seu uso pois na TPC os níveis de estrógeno estão muito baixos e o uso desse fármaco pode diminuí-los ainda mais e isso causará uma repercurssão maléfica nos lipídios séricos, na libído, na agressividade e no próprio reestabelecimento do eixo. O uso de qualquer outro AI é totalmente reprovado, já que o efeito rebote é fato e irá prejudicar muito o usuário após esse período.
Efeitos da administração de exemestano nas taxas de LH e FSH
Também não recomendo a utilização de hCG durante a TPC pois o mesmo CAUSARÁ efeito negativo no eixo deprimindo-o.
Algumas Observações
O uso do exemestano períodos antes do ciclo também pode ser muito recomendado. Como é comprovada sua ação benéfica nas taxas das gonadotropina ocorrerá aumento na linha basal desses compostos. Dessa forma, o ataque de um ciclo a elas será menor, como demonstra a colocação a seguir:
"O bloqueio do receptor de GnRH resultou em supressão de LH derrubando os níveis, de 9.7+-1.5 para 2.8+-0.4 IU/L (no início) e de 19.0+-1.9 para 5.6+-0.7 IU/L (após sete dias de anastrozol)."(7)
Vale observar que não se recomenda a utilização de AINES (principalmente aspirina) durante esse período(28)(29).
Exemplo de TPC
—Semana 1
1)Clomifeno: 100mg/dia
2)Tamoxifeno: 40mg/dia
3)Vitamina E: 1.000UI/dia
—Semana 2
1)Clomifeno: 50mg/dia
2)Tamoxifeno: 40mg/dia
3)Vitamina E: 1.000UI/dia
—Semana 3
1)Clomifeno: 50mg/dia
2)Tamoxifeno: 40mg/dia
3)Vitamina E: 1.000UI/dia
—Semana 4
1)Tamoxifeno: 40mg/dia
2)Vitamina E: 1.000UI/dia
—Semana 5
1)Tamoxifeno: 20mg/dia
—Semana 6
1)Tamoxifeno: 20mg/dia
Entendendo o Básico
—Gonadotropinas
1)GnRH (Hormônio Liberador das Gonadotropinas): é um peptídeo de 10 aminoácidos secretado por neurônios cujos corpos celulares estão localizados nos núcelos arqueados do hipotálamo. As terminações desses neurônios encontram-se, principalmente, na eminência mediana do hipotálamo, onde liberam GnRH no sistema vascular porta hipotalâmica-hipofisário. A seguir, o GnRH é transportado até a adenohipófise e estimula a liberação das gonadotropinas LH e FSH. Sua secreção é intermitente durante alguns minutos, uma vez a cada 1 a 3 horas. A intensidade do estímulo desse hormônio é determinada de duas maneiras: 1) pela frequência desses ciclos de secreção e 2) pela quantidade de GnRH liberada a cada ciclo(.
2)LH (Hormônio Luteinizante): é uma glicoproteína formada por uma cadeia beta de 115 aminoácidos e uma cadeia alfa de 89, (extraída pela primeira vez em 1958), secretada pela adenohipófise que tem como função estimular as gônadas (assim como toda gonadotropina). Nos testes o LH se liga aos receptores das células intersticiais de Leydig e estimula a síntese e secreção de testosterona. Sua secreção é cíclica, seguindo, com bastante fidelidade, a liberação pulsátil do GnRH. Exerce seu efeito sobre o tecido alvo dos testículos, principalmente ao ativar o sistema de segundo mensageiro do monofosfato de adenosina cíclico (AMPc), que, por sua vez, ativa sistemas enzimáticos específicos nas respectivas células-alvos(.
3)FSH (Hormônio Folículo Estimulante): é uma glicoproteína formada por uma cadeia beta de 115 aminoácidos e uma alfa de 89, assim como o LH. Sua função é estimular o crescimento testicular e suportar as ações das células de Sertoli, que são necessárias para espermatogênese. Nos túbulos seminíferos estimulam a síntese de ABP (Proteína Ligadora de Andrógeno) que se liga a testosterona e faz com que a espermatogênese seja iniciada. Sua secreção aumenta, e diminui, apenas ligeiramente com cada flutuação de secreção de GnRH; na verdade, altera-se mais lentamente no decorrer de um período de muitas horas, em respostas às alterações a longo prazo do GnRH. Exerce seu efeito sobre o tecido alvo dos testículos, principalmente ao ativar o sistema de segundo mensageiro do monofosfato de adenosina cíclico (AMPc), que, por sua vez, ativa sistemas enzimáticos específicos nas respectivas células-alvos(.
Ação das gonadotropinas
—Regulação do Eixo
1)Regulação da produção de testosterona pelo LH: a quantidade de testosterona secretada aumenta aproximadamente em proporção direta à quantidade de LH disponível(.
2)Inibição da secreção de LH e de FSH pela testosterona (Feedback Negativo): a testosterona secretada pelos testículos em repsosta ao LH exerce o efeito recíproco de inibir a secreção de LH pela adenohipófise. A maior parte dessa inibição, provavelmente, resulta do efeito direto da testosterona sobre o hipotálamo, diminuindo a secreção de GnRH. Isso, por sua vez, causa diminuição correspondente da secreção de LH e FSH(.
3)Fatores psíquicos que afetam a secreção de gonadotropinas e a atividade sexual: muitos fatores psíquicos, especialmente a partir do sistema límbico do cérebro para o hipotálamo, podem afetar a secreção de GnRH pelo hipotálamo, e, portanto, a maioria dos outros aspectos das funções sexuais e reprodutoras(.
4)Inibição da secreção de LH e de FSH pelo estrógeno (Feedback Negativo): o estrógeno, proveniente da aromatização, possue dois sítios de atuação para provocar o feedback negativo, agindo no hipotálamo para diminuir a frequência dos pulsos de GnRH e na hipófise diminuindo sua resposta ao GnRH(7).
Durante o Ciclo
Nesse período existem alguns procedimentos que eu gostaria de recomendar, sendo o primeiro a utilização de um inibidor da aromatase, de preferência o exemestano. Esse composto é um análogo esteróide da androstenediona que funciona como um inibidor irreversível dessa enzima. A administração de 25mg/dia inibe a atividade da aromatase em 98% e reduz os níveis plasmáticos de estrona e estradiol em cerca de 90%(1)(2)(3)(4). Por suprimir a síntese de estrógenos de forma muito eficaz, esse composto se torna de grande valia na tentativa de evitar efeitos colaterais estrogênicos, como ginecomastia, acne e retenção hídrica. Exemestano inibe seletivamente a ação da enzima aromatase e de forma irreversível, o que lhe confere o nome de inibidor suicida(5). Um outro efeito muito benéfico do exemestano é o de que ele aumenta os níveis de IGF(6). O principal uso dele durante o ciclo (visando a TPC) é que pesquisas recentes indicam que a inibição da secreção de FSH se da exclusivamente de forma indireta pela testosterona (via aromatização), logo a supressão da aromatização fará com que os efeitos nas taxas de FSH sejam mínimos(7).
A segunda recomendação é a utilização de hCG (Gonadotrofina Coriônica Humana) que é uma glicoproteína composta por 237 aminoácidos. Age basicamente como o hormônio luteinizante (LH) no corpo. Seu uso irá servir como um sinal artificial para os testículos (como se fosse o LH) prevenindo dessa forma a atrofia. Não só ajuda a manter o tamanho e a condições dos testículos como torna mais fácil a sua recuperação. A manutenção dos níveis de testosterona inter-testicular, promovido pelo uso intermitente do hCG, torna a recuperação do eixo HPT muito melhor. Além disso eu hipotetizo que a utilização do hCG combinado com o AI diminui, em muitos valores, a chance de esterelidade e atrofia testicular. Como a taxa de FSH será pouco alterada e o hCG provocará a síntese de testosterona inter-testicular, a espermatogênese poderá ser mantida (fato teórico, não visto ainda na prática por falta de estudos e também pelo fato da testosterona ter, provavelmente, um poder inibitório direto na síntese de GnRH). Um outro benefício em tentar manter inalterada a taxa de FSH é que a estimulação da célula de Sertoli exerce um controle parácrino sobre as células de Leydig(30)
Terapia Pós-Ciclo
O citrato de clomifeno é um antiestrogênico (antagonista puro em todos os tecidos)(9). Ele se liga aos mesmos receptores que o estrogênio (RE) porém produz efeitos diferentes deste (a conformação do RE acoplado muda de acordo com o ligando). Dessa forma o clomifeno tem ação contrária ao efeito de feedback negativo dos estrogênios endógenos no sentido de aumentar a secreção de gonadotropinas e estimular a ovulação. A maioria dos estudos demonstrou que ele aumenta a amplitude dos pulsos de LDH e LH, sem alterar a frequência dos mesmos (Kettel et al. 1993). Isso sugere que o clomifeno atue principalmente no nível hipofisário, bloqueando as ação inibitórias do estrogênio na liberação das gonadotropinas pela glândula e/ou estimule, de alguma forma, o hipotálamo a liberar quantidades maiores de GnRH a cada pulso. O clomifeno também tem sido usado em homens para estimular a liberação de gonadotropinas e aumentar a espermatogênese(10). A dosagem de 150mg de clomifeno eleva os níveis de testosterona em aproximadamente 150% do nível basal(11). Entretanto, algumas pesquisas revelam que baixas doses de clomifeno (algo como 50mg) vão provocar melhoras e elevações nos níveis de testosterona(12). Em indivíduos homens normais, a administração de uma dose diária de clomifeno por sete dias provoca a duplicação do LH plasmático e um aumento de 50% no nível do FSH(13). Foi reportado um caso de hipogonadismo sintomático induzido por abuso de esteróides em um paciente homem de 30 anos. Usou-se Clomid nas dosagens usuais (100mg, dois meses). O tratamento foi um sucesso, a secreção de testosterona foi reestabelecida e o eixo HPT voltou a funcionar(14). Além disso o clomifeno tem-se mostrado eficiente em restabelecer o eixo HPT de forma efetiva e segura em adultos com hipogonadismo hipogonadotrópico induzido pelo exercício(15). O clomifeno apresenta um problema na TPC que é uma possível dessensibilização da hipófise ao GnRH.
O citrato de tamoxifeno é um droga conhecida como MSRE (modulador seletivo do receptor estrogênico) e que tem como forma de uso o bloqueio desse receptor no tecido mamário evitando dessa forma a ginecomastia(16). Tamoxifeno ainda tem outras importâncias para os usuários de esteróide. Homens inférteis e com hipogonadismo que administraram esse fármaco, apresentaram um aumento importante nos níveis séricos de LH e FSH e, o mais importante, de testosterona(17)(18). A melhor estimativa, de acordo com pesquisas, é de que 20mgs de tamoxifeno vão aumentar os níveis de testosterona em algo como 150%(19). Isso mostra que a administração de tamoxifeno depois de um ciclo, quando está tentando-se aumentar os níveis de testosterona, LH e FSH às taxas basais, torna a recuperação muito melhor. Além disso o tamoxifeno também aumenta significantemente o nível de resposta do LH ao LHRH depois de 6 semanas. Outro benefício do tamoxifeno é que ele parece aumentar a sensibilidade da hipófise ao GnRH
Os dois compostos comentados acima apresentam diferenças. A utilização de 20mg/dia de tamoxifeno por dez dias aumentou os níveis séricos de testosterona, em homens normais, em 142% valor esse aproximadamente igual ao atingido com 150mg/dia de clomifeno(20). A administração contínua de 20mg/dia de tamoxifeno por 6 semanas aumentou os níveis de LH e testosterona em 172% e 183% e aumentou a sensibilidade da hipófise ao GnRH enquanto, simples dez dias de clomifeno, causaram uma dessensibilização dessa glândula(20). Essas alterações ocorrem porque, embora a maioria das pessoas não saiba, esses compostos não são iguais (explicado acima). O tamoxifeno é um antagonista do estrogênio no hipotálamo e hipófise, enquanto o clomifeno é um potente antagonista na primeira, mas apresentas um pequeno agonismo na segunda glândula(21). Além disso o clomifeno parece aumentar os níveis de SHBG diminuindo, dessa forma, a quantidade de testosterona livre(22).
Levando em conta isso o uso combinado desses dois compostos parece ter uma grande utilidade. Usa-se o clomifeno por períodos menores de tempo, pois ele age de forma mais rápida e além disso evita-se efeitos colaterais relacionados a ele. Ja o tamoxifeno usa-se de forma mais prolongada aumentando a resposta da hipófise ao GnRH.
A vitamina E (tocoferol) é um potente antioxidante e exerce um papel importante na regulação do eixo hormonal masculino, aumentando consideravalmente a produção de FSH, LH e da testosterona(23)(24)(25)(26)(27). Além disso, por ser um antioxidante, apresenta uma função importante no período pós-ciclo e também na prevenção dos colaterais visuais causados pelo clomifeno.
O uso de exemestano poderia ser benéfico na TPC pois ele comprovadamente aumenta as taxas de FSH e LH, porém não recomendo seu uso pois na TPC os níveis de estrógeno estão muito baixos e o uso desse fármaco pode diminuí-los ainda mais e isso causará uma repercurssão maléfica nos lipídios séricos, na libído, na agressividade e no próprio reestabelecimento do eixo. O uso de qualquer outro AI é totalmente reprovado, já que o efeito rebote é fato e irá prejudicar muito o usuário após esse período.
Efeitos da administração de exemestano nas taxas de LH e FSH
Também não recomendo a utilização de hCG durante a TPC pois o mesmo CAUSARÁ efeito negativo no eixo deprimindo-o.
Algumas Observações
O uso do exemestano períodos antes do ciclo também pode ser muito recomendado. Como é comprovada sua ação benéfica nas taxas das gonadotropina ocorrerá aumento na linha basal desses compostos. Dessa forma, o ataque de um ciclo a elas será menor, como demonstra a colocação a seguir:
"O bloqueio do receptor de GnRH resultou em supressão de LH derrubando os níveis, de 9.7+-1.5 para 2.8+-0.4 IU/L (no início) e de 19.0+-1.9 para 5.6+-0.7 IU/L (após sete dias de anastrozol)."(7)
Vale observar que não se recomenda a utilização de AINES (principalmente aspirina) durante esse período(28)(29).
Exemplo de TPC
—Semana 1
1)Clomifeno: 100mg/dia
2)Tamoxifeno: 40mg/dia
3)Vitamina E: 1.000UI/dia
—Semana 2
1)Clomifeno: 50mg/dia
2)Tamoxifeno: 40mg/dia
3)Vitamina E: 1.000UI/dia
—Semana 3
1)Clomifeno: 50mg/dia
2)Tamoxifeno: 40mg/dia
3)Vitamina E: 1.000UI/dia
—Semana 4
1)Tamoxifeno: 40mg/dia
2)Vitamina E: 1.000UI/dia
—Semana 5
1)Tamoxifeno: 20mg/dia
—Semana 6
1)Tamoxifeno: 20mg/dia
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